Profa. Dra. Silvia Pierre Irazusta - CEETEPS
Prof. Dr. Sandro Donnini Mancini - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" - UNESP
Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro - CEETEPS
ANICETO, A. P. P.; Gestão ambiental de passivos industriais: protocolo para remediação biológica em solos contaminados com metais. 81 folhas. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e Tecnologia em Sistemas Produtivos) Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2023.
A ação
antropogênica foi responsável pela contaminação das matrizes ambientais,
impactando todos os ecossistemas, degradando a paisagem, os organismos e o
homem. Os seres vivos de cadeia trófica inferior presentes nesses locais acumulam
esses poluentes e podem transferi-los ao longo da cadeia superior, levando à
biomagnificação da contaminação. O objetivo deste trabalho foi propor um método
simples, de baixo custo e sustentável para remediação de solos contaminados por
metais, provenientes de passivos industriais urbanos. O cenário de estudo foi o
terreno de uma indústria de acumuladores elétricos localizado na cidade de
Sorocaba, São Paulo, cujo local foi
contaminado pela deposição irregular de resíduos sólidos metálicos deixados
desde a falência da fábrica, com identificação de contaminação desde 1995.
Esses materiais estavam enterrados no solo e foram removidos por pessoas, que
destruíram as carcaças, despejando o resíduo tóxico no solo, constituindo
também um problema de saúde pública. A fim de demonstrar o potencial poluidor e
tóxico do terreno, procedeu-se um ensaio de ecotoxicidade utilizando o
bioindicador Eisenia andrei. Para
o processo de fitorremediação foi realizada a coleta do solo no local e a
amostra foi levada para o laboratório. A planta utilizada para a
fitorremediação foi a espécie bioacumuladora Syngonium podophyllum, num
período de experimentação de 30 dias e 60 dias ex situ. Antes e após
esse período o solo e as partes da planta (raiz, caule e folhas) foram analisados.
Os resultados confirmaram a eficiência do método de fitorremediação pela Syngonium
podophyllum após 30 dias de plantio, não havendo incremento após este tempo. Os dados mostraram a retirada
de 36,88% de Bário, de 98,6% de Chumbo e de 79,92% para o Cobre, com efeito
bioacumulativo nas partes do vegetal, tratando-se de um processo de fitoextração.
A literatura sobre o tema não é abundante, e não há registro de estudos
com amostras reais. Os resultados dos testes de ecotoxicidade com o anelídeo, após
14 dias de exposição ao solo problema, confirmam a importância da adequada
gestão desses passivos, uma vez que a legislação dispõe sobre os limites
individuais dos metais, mas não considera a complexidade da amostra ambiental,
onde os efeitos da mistura podem ser sinergísticos, com reais impactos nos
ecossistemas.