Profa. Dra. Silvia Pierre Irazusta
Profa. Dra. Maira de Lourdes Rezende Komatsu
Prof. Dr. Daniel Komatsu
Prof. Dr. Antonio César Galhardi
WITTMANN, G. C. P. Estudo de estruturas laminadas com bioplásticos para o sistema produtivo de embalagens: desintegração e ecotoxicidade em condições de compostagem. 94f. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e Tecnologia em Sistemas Produtivos). Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2020.
Polímeros sintéticos são materiais importantes em muitas aplicações, como as embalagens de alimentos processados, que conservam e aumentam a vida útil dos produtos. Por outro lado, esses materiais permanecem por muito tempo no meio ambiente, pelo fato de serem constituídos por cadeias carbônicas longas, que não são digeridas por microrganismos. À medida que aumenta a preocupação com os problemas causados pela poluição dos resíduos de origem sintética, concentra-se a atenção em desenvolver polímeros biodegradáveis. Os bioplásticos por serem compostáveis ou biodegradáveis têm potencial de uso em produtos de alto consumo e ciclo de vida curto, como as embalagens de alimentos. O presente trabalho teve por objetivo analisar o comportamento da desintegração sob condições de compostagem controlada de duas estruturas laminadas com bioplásticos, amostra 1 (A1), composta por NatureFlexTM transparente, NatureFlexTM metalizado e PBS e amostra 2 (A2), composta por NatureFlexTM transparente, NatureFlexTM metalizado e blenda de PBAT e PHBH e avaliar a fitotoxicidade dos resíduos da desintegração. O método utilizado para avaliação da desintegração das amostras foi baseado na norma DIN EN 14045:2003 e para avaliação da ecotoxicidade dos produtos resultantes da desintegração foi utilizado o bioensaio com o organismo Lactuca sativa. As amostras foram caracterizadas por meio das análises de calorimetria exploratória diferencial (DSC), espectroscopia vibracional com transformada de Fourier na região do infravermelho (FTIR) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados demonstraram que as amostras não apresentaram diferenças notáveis de taxa de desintegração entre elas, A1 apresentou 86,1% e A2, 86,5%, após doze semanas. Os concentrados derivados das amostras de bioresíduo, após decomposição, não inibiram a germinação, entretanto houve significativa redução no desenvolvimento da radícula e do hipocótilo pelo concentrado de A2. Foi possível concluir que ambas as amostras estudadas possuíram bom comportamento no processo de desintegração e seus resíduos resultantes não apresentaram fitotoxicidade, pelo menos em solo de compostagem. Essas características representam vantagem comercial para o setor de embalagens alimentícias.