Prof. Dr. Paulo Roberto Prado Constantino - CEETEPS
Profa. Dra. Ana Maria Mouraz Lopes - UAB
Prof. Dr. Emerson Freire - CEETEPS
GRACIANO, Matheus Pereira. Territorialidade nos currículos do ensino técnico: umaabordagem comparativa sobre os documentos do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. 105 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional). São Paulo: Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, 2022.
A territorialidade das propostas na educação técnica de nível médio iria ao encontro de uma demanda pedagógica: a especificidade do currículo de acordo com a localidade em que será oferecido, de modo que se torne acessível aos jovens e adultos, ofertado em escala compatível com as necessidades de aprendizagem e a inserção social de seu público. Partindo desse princípio, seria útil examinar os aspectos que envolvem a elaboração curricular, além de pesquisar os meios pelos quais um currículo formal prescrito pode ser territorializado, contribuindo assim para um melhor aproveitamento do ensino e dos resultados de aprendizagem no ensino técnico. O presente trabalho tem por objetivo analisar e comparar, em planificações curriculares da educação profissional técnica de nível médio no Estado de São Paulo, os elementos relacionados à territorialidade dos currículos. Entre os objetivos específicos, pretendeu-se mapear os fundamentos teóricos para a territorialização curricular no ensino técnico; analisar as possibilidades legais sobre territorializações; e comparar os diferentes currículos do ensino técnico do CEETEPS para verificar diferenças e semelhanças, tendências e linhas conceituais, com o auxílio da comparação metodologicamente elaborada. Na investigação dos planos curriculares, a perspectiva adotada para a comparação foi a analítico-especulativa, ao coletar evidências e reunir análises para servir de alerta ou orientação aos sistemas educacionais públicos. Como resultado encontramos que os planos de cursos analisados apontam para a flexibilização dos currículos, sem indicar a territorialidade expressamente nos documentos. Porém, os planos não exploram como isso poderia ser feito. Quanto às políticas, nota-se que os documentos curriculares e instruções tensionam a relação de descentralização-recentralização. Há uma cobrança da instituição para que o currículo formal seja desenvolvido, ao mesmo tempo que se espera a territorialização destes, com uma autonomia sendo textualmente defendida. O equilíbrio entre estes dois movimentos – conceder autonomia e, ao mesmo tempo, realizar a gestão de uma instituição de grandes proporções é um desafio à negociação e às políticas públicas educacionais e gestionárias a serem empreendidas.