Prof. Dr. Alfredo Colenci Júnior
Prof. Dr. José Benedito Sacomano
Profª. Drª. Esméria Rovai
Esta Dissertação propõe melhores condições de oferta de transporte ferroviário público de passageiros no megapolígono estabelecido pelos municípios: Sorocaba, Campinas, Santos e São José dos Campos, ao longo dos eixos ferroviários já existentes, nos percursos:
– Sorocaba – São Paulo;
– Campinas – São Paulo;
– Santos – São Paulo;
– São José dos Campos – São Paulo.
E das ramificações disponíveis:
– Sorocaba – Campinas;
– Santos – São Paulo (2 vias permanentes);
– Santos – Sorocaba.
A ferrovia, utilizada inicialmente para transporte de minérios, logo foi vista como um importante meio de transporte de passageiros. Preocupou-se a Inglaterra em instalar ferrovias em suas colônias, e por volta de 1870, a espinha dorsal da atual rede ferroviária da Europa já havia sido construída. Devido à influência que a Inglaterra exercia no Brasil, em 1854, inaugurou-se a primeira ferrovia brasileira, com incentivos daquele país.
Gradativamente ampliou-se a rede ferroviária no Brasil, tendo no transporte de passageiros um dos seus pontos mais fortes. No estado de São Paulo a ferrovia foi vital para o transporte de café e de colonos. Linhas regulares de transporte de passageiros foram instituídas no país, as quais prestaram bons serviços por muitas décadas.
A política adotada, inicialmente, pelas empresas ferroviárias, a partir do governo de Juscelino Kubistchek, de enfraquecimento do modelo ferroviário de transporte de passageiros, culminou com sua erradicação, fato extremamente oneroso ao país, privando grande contingente populacional desta importante alternativa de locomoção.
A consideração, baseada em estritos aspectos econômicos, não levou em conta as questões sociais, culturais e mesmo adequados aspectos econômicos e ambientais de espectros mais amplos, tangíveis e intangíveis, ao longo do tempo. Essa realidade provocou mudanças significativas na logística de transporte e na mobilização de pessoas.
A malha ferroviária deixou de ser o sistema integrador das cidades e povoações e as ligações rodoviárias assumiram o papel de infra-estrutura quase que exclusiva de circulação de passageiros. Nos grandes centros urbanos, presencia-se também uma transformação ainda mais radical, onde as viagens pelo transporte individual tornam-se majoritárias em relação àquelas realizadas pelo transporte coletivo.
Tais mudanças trouxeram impactos significativos às cidades. Os mais visíveis deles são os congestionamentos, os acidentes e a poluição ambiental. É feito um estudo das funções da ferrovia na vida das pessoas, onde se observa que a mesma tem atributos nas suas funções no centro, função metropolitana, função regional e função interurbana ou de longo percurso.
É dada ênfase ao resgate da função regional, pois nas regiões analisadas a forma de circulação adquire importância vital quanto ao seu potencial de geração de externalidades negativas ou positivas. A expansão das atividades permitirá uma ampliação qualitativa e quantitativa de alto impacto com repercussões não só aos processos produtivos, mas em todo o contexto de atuação sócio-cultural dessa mega região, destacando-se as relações sociais, econômicas, urbanísticas, de mobilidade, qualidade de vida (mais tempo e menos stress), de comunicações interpessoais, economia de mercado e melhoria ambiental.
O presente trabalho oferece condições de se realizar uma análise mais aprofundada e objetiva do assunto, com o intuito de divulgar informações que aprofundem a visão sobre o papel do sistema ferroviário de transporte de passageiros, não só como o mais adequado, mas também como indutor do desenvolvimento regional, com vistas a se promover o resgate na oferta dessa modalidade de transporte, circunscritas ao megapolígono mencionado.
O mesmo é concluído com apreciações sobre a viabilidade de implantação desse serviço regional, bem como com recomendações políticas e institucionais para a eficácia do serviço proposto.